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MACRO VISÃO FIESP/CIESP




Você está recebendo o Macro Visão Semanal. Veja os destaques:

  • Dados da economia brasileira e internacional na semana de 26/09 a 30/09

  • Síntese da semana

  • Agenda econômica para a próxima semana: de 03/10 a 07/10


Dados da Economia Brasileira na semana: 26/09 a 30/09

  • Vendas reais da Indústria Paulista (FIESP/CIESP): as vendas reais da indústria paulista recuaram 1,1% no mês de agosto frente a julho, aponta o último Levantamento de Conjuntura da Fiesp e do Ciesp. Este é o primeiro resultado negativo após dois meses com crescimento (2,2% e 2,0% nos meses de junho e julho, respectivamente). A variação das horas trabalhadas na produção foi de -0,3%, e dos salários reais médios, -0,1%. O NUCI passou de 79,8% para 79,0% (-0,8 p.p.). Todos os dados acima apresentados estão livres de influência sazonal. Apesar do dado mensal negativo, no acumulado em 12 meses até agosto, as vendas reais (-7,8%) indicam tendência de recuperação, após atingir o vale no mês de junho (-9,6%). Da mesma forma, os salários reais médios têm acumulado retração de -1,3% até agosto (-2,3% em junho). Já as horas trabalhadas na produção acumuladas até o mês de agosto permaneceram com o mesmo acumulado até julho (+1,4%).

  • Pesquisa Sensor (FIESP/CIESP): o Sensor do mês de setembro encerrou em 48,4 pontos, resultado inferior ao mês de agosto, quando marcou 49,1 pontos. Leituras abaixo de 50,0 pontos indicam retração da atividade industrial paulista no mês. O indicador de mercado (setor de atuação) recuou 0,9 ponto, de 49,7 para 48,8 pontos entre agosto e setembro. Por estar abaixo dos 50,0 pontos, há indicação de piora das condições de mercado. O componente de vendas foi o único a ficar com resultado positivo no mês, aos 50,8 pontos. Por estar acima dos 50,0 pontos, há indícios de alta das vendas no mês. O estoque continua acima do planejado pelo oitavo mês consecutivo, ao marcar 45,0 pontos em setembro ante 45,6 pontos do mês anterior. Leituras inferiores a 50,0 pontos indicam estoque acima do desejável. O indicador de emprego encerrou em 48,5 pontos em setembro. Resultados abaixo de 50,0 pontos indicam perspectiva de redução no mês. Por fim, o indicador de investimentos recuou de 50,6 para 48,3 pontos entre os meses de agosto e setembro. Por estar abaixo dos 50,0 pontos, há expectativa de redução dos investimentos no mês. Todos os dados acima contemplam o tratamento sazonal.

  • Expectativas do mercado (Relatório Focus/Banco Central): a mediana das expectativas do mercado, divulgada pelo relatório Focus do Banco Central referente a 23 de setembro, indica que o IPCA de 2022 deve encerrar em 5,88%, redução de 0,12 p.p. na comparação com o resultado da apuração anterior (6,00%). O centro da meta de inflação para 2022 é de 3,50%, podendo variar entre 2,00 e 5,00%. Para o PIB, o relatório aponta melhora nas expectativas do mercado, sendo esperado um crescimento da atividade do país no ano de 2,67%. No que se refere à taxa de câmbio, o mercado continua esperando que esta feche o ano em R$/US$ 5,20. Por fim, a mediana das perspectivas quanto à taxa SELIC permanece em 13,75% a.a. Para 2023, as expectativas sinalizam um crescimento menor para o PIB, de 0,50%. A perspectiva para o nível de preços, medido pelo IPCA, foi reduzida para 5,00%. A taxa Selic, por sua vez, deve fechar ano que vem em 11,25% e o câmbio permaneceu em R$/US$ 5,20.

  • Índice de Confiança do Consumidor (Ibre/FGV): o Índice de Confiança do Consumidor (IBRE/FGV) do mês de setembro encerrou aos 89,0 pontos, aumento de 5,4 pontos em relação ao mês imediatamente anterior, quando marcou 83,6 pontos, dados com ajuste sazonal. No entanto, este dado indica pessimismo dos consumidores no mês. O índice de expectativas cresceu 7,6 pontos no mês de setembro, encerrando aos 100,2 pontos e passou a sinalizar otimismo. O índice de situação atual fechou o mês em 73,3 pontos, aumento de 1,6 ponto. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo da confiança do consumidor e acima, otimismo.

  • Demanda das empresas por crédito (SERASA): a demanda por crédito em agosto aumentou 5,89% após cair 3,5% no mês de julho. O resultado também ficou acima do que foi registrado no mesmo mês do ano anterior (-7,87% em agosto de 2021).

  • Balança comercial (Secex): a média diária das exportações do país passou de US$ 1,2 bilhão em setembro de 2021 para US$ 1,4 bilhão até a quarta semana de setembro de 2022, aumento de 23,8% entre os períodos. No mesmo intervalo, as importações aumentaram 27,5% na comparação da média diária, saindo de US$ 951,2 milhões em setembro de 2021 para US$ 1,2 bilhão até a quarta semana de setembro de 2022. O saldo médio diário da balança comercial, por sua vez, foi de US$ 209,6 milhões em setembro de 2021, passando para US$ 224,1 milhões em média diária até a quarta semana de setembro de 2022, crescimento de 6,9%. O saldo total acumulado no mês de setembro até agora é de US$ 3,6 bilhões. No ano, a balança comercial registra superávit de US$ 47,5 bilhões (jan-set/22).

  • Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15/IBGE): o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE, registrou redução de 0,37% no mês de setembro de 2022, segunda queda mensal consecutiva. Este resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que era de queda de 0,20%. O principal destaque no mês foi a variação negativa dos preços administrados, que apresentaram redução de 1,66%. Por outro lado, os preços livres ficaram praticamente estáveis, registrando aumento de 0,07%. No acumulado em 12 meses encerrados em setembro de 2022, a variação do IPCA-15 foi de 7,96%, o que indica desaceleração do indicador em relação ao mês de agosto (+9,60%).

  • Índice de Confiança da Construção (Ibre/FGV): o Índice de Confiança da Construção avançou 3,5 pontos em setembro na comparação com o mês anterior, encerrando em 101,7 pontos, na série sem influência sazonal. Com este resultado, o índice reverte a situação de pessimismo e passa a indicar otimismo para o setor pela primeira vez desde outubro de 2013, quando atingiu 100,4 pontos. O indicador de situação atual encerrou o mês de setembro aos 97,7 pontos, aumentando 1,3 ponto na comparação com o mês anterior (96,4 pontos). Por fim, o indicador de expectativas cresceu 5,6 pontos, passando de 100,1 pontos em agosto para 105,7 pontos em setembro. Valores acima de 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo.

  • Atividade de Comércio (SERASA): a Serasa divulgou o Indicador de Atividade do Comércio de agosto, o qual apresentou crescimento de 1,45% na comparação com o mês de julho, considerando os dados com ajuste sazonal. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a atividade do comércio apresentou alta de 2,46%. Já na variação acumulada em 12 meses, houve queda de 1,17% no setor.

  • Índice de Confiança da Indústria (Ibre/FGV): o Índice de Confiança da Indústria, divulgado pelo IBRE (FGV), encerrou em 99,5 pontos em setembro, redução de 0,8 ponto em relação ao mês de agosto, considerando dados sem influência sazonal. Com esse resultado o setor industrial voltou a sinalizar pessimismo. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo e acima, otimismo. O resultado do mês foi puxado pela redução da confiança em relação ao Índice da Situação Atual, que encerrou em 100,9 pontos, redução de 1,9 ponto em relação ao mês de agosto, dados dessazonalizados. Já o índice de expectativas encerrou setembro aos 98,0 pontos, leve aumento de 0,1 ponto em relação ao mês anterior.

  • Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M/FGV): o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,95% em setembro, mantendo a tendência de queda verificada no mês anterior (-0,70%). Quando analisados os componentes do IGP-M, o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado), que tem peso de 60% no indicador geral, apresentou queda de 1,27% no mês de setembro, após redução de 0,71% no mês anterior. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor - Mercado), por sua vez, apresentou redução de 0,08% em setembro, deflação menos acentuada que a verificada em agosto (-1,18%). Por fim, o INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil - Mercado) cresceu 0,10% no mês, resultado inferior ao mês de agosto, quando avançou 0,33%. No acumulado em 12 meses, o IGP-M registra alta de 8,25%. Já no acumulado no ano, o indicador apresenta aceleração de 6,61%.

  • Índice de Confiança de Serviços (Ibre/FGV): o Índice de Confiança de Serviços avançou 1,0 ponto em setembro, encerrando o mês aos 101,7 pontos, ante 100,7 pontos verificados em agosto. Com esse resultado, o índice continua indicando otimismo pelo segundo mês consecutivo. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo e acima, otimismo. Enquanto o componente da Situação Atual cresceu 1,7 ponto na passagem mensal, atingindo 101,8 pontos, o índice de Expectativas aumentou 0,4 ponto, chegando a 101,7 pontos, dados com tratamento sazonal.

  • Índice de Confiança do Comércio (Ibre/FGV): o Índice de Confiança do Comércio avançou para 101,8 pontos em setembro, crescimento de 2,4 pontos em relação a agosto (99,4 pontos), dados com ajuste sazonal. Com esse valor, o índice passa a indicar otimismo do setor pela primeira vez após doze meses de pessimismo. O índice de Situação Atual encerrou o mês aos 105,7 pontos, aumento de 1,5 ponto em relação a agosto. Já o índice de Expectativas do setor do comércio finalizou em 97,9 pontos, aumento de 3,4 pontos em relação a agosto, dados livres do efeito sazonal. Resultados superiores a 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo.

  • Taxa de desemprego (PNAD Contínua/IBGE): segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua - IBGE) referente ao trimestre móvel finalizado em agosto, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,9%, em linha com a expectativa do mercado (+8,9%), o que representou redução em relação ao trimestre encerrado em julho (9,1%). Esse resultado corresponde a um contingente de 9,7 milhões de desempregados. A pesquisa registrou aumento de 0,1% na quantidade de pessoas na força de trabalho entre o trimestre encerrado em agosto e o trimestre encerrado em julho. Entre as pessoas ocupadas, o aumento foi de 0,4% na mesma base de comparação. Já a massa de rendimento, segundo a pesquisa, apresentou aumento de 1,1% em relação ao trimestre encerrado em julho.

  • Nível de emprego no Brasil (CAGED): o Brasil abriu 278.639 vagas de emprego formal no mês de agosto, segundo dados divulgados pelo CAGED. A Indústria Geral registrou criação de 52.760 vagas de emprego no mês. A Indústria de Transformação, por sua vez, apresentou saldo líquido positivo de 48.931 vagas. Dentre os setores da Indústria de Transformação, destaque positivo para os seguintes setores: Alimentos (+10.949) e Couro e Calçados (+5.178). Já os setores de Madeira e Fumo apresentaram variações negativas, com queda de 842 e 2.533 vagas, respectivamente.

  • Nível de emprego no Estado de São Paulo (CAGED): o estado de São Paulo apresentou saldo líquido de 74.793 vagas no mês de agosto. Neste mês, a Indústria de Transformação paulista abriu 11.026 vagas de trabalho formal. Os três setores que geraram mais empregos foram: Alimentos (+1.777), Máquinas e Equipamentos (+1.043) e Manutenção de Máquinas e Equipamentos (+1.036). Por outro lado, o setor de Informática registrou saldo negativo de 47 vagas em agosto.


Síntese da semana:

Os indicadores divulgados durante a semana sinalizaram melhora da maioria dos índices de confiança na passagem mensal. O Índice de Confiança do Consumidor aumentou 5,4 pontos entre setembro e agosto, puxado sobretudo pela melhora do componente de expectativas. Nessa mesma linha, o Índice de Confiança da Construção avançou 3,5 pontos, revertendo a situação de pessimismo e passando a indicar otimismo pela primeira vez desde outubro de 2013, tendo sido influenciado principalmente pelas expectativas. Os setores de Serviços e Comércio também apresentaram melhora na confiança. Enquanto a confiança do primeiro setor cresceu 1,0 ponto na passagem mensal, com principal impacto da situação atual, o Índice de Comércio avançou 2,4 pontos, sendo puxado sobretudo pelas expectativas. Tais avanços na confiança estão relacionados com a melhora do cenário inflacionário e do mercado de trabalho. Na contramão desse movimento, a indústria apresentou redução de 0,8 ponto do índice de confiança, resultado puxado pela redução da confiança em relação ao Índice da Situação Atual. Em relação à inflação, os indicadores continuam sinalizando deflação na margem. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE, registrou redução de 0,37% entre setembro e agosto, segunda queda mensal consecutiva, com continuidade da deflação dos preços administrados. Nesse mesmo sentido, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,95% em setembro, mantendo a tendência de queda verificada no mês anterior, com queda tanto dos produtos agropecuários, quanto dos produtos industriais. Enquanto os produtos agropecuários sofreram influência, principalmente da redução dos preços de leite in natura e bovinos, os produtos industriais responderam à queda dos produtos derivados do petróleo, como óleos combustíveis e óleo diesel. Por fim, o mercado de trabalho brasileiro segue apresentando desempenho positivo. A taxa de desemprego caiu para 8,9% no trimestre móvel encerrado em agosto, com aumento tanto da quantidade de pessoas na força de trabalho, quanto da massa de rendimento. Adicionalmente, no mês de agosto foram geradas 278.639 novas vagas de emprego formal no Brasil e 74.793 novas vagas no estado de São Paulo. O desempenho da economia brasileira nos próximos meses, no entanto, ainda é condicionado pela incerteza em torno da corrida eleitoral e pelos possíveis impactos da desaceleração global e da política monetária contracionista.

Agenda Econômica para a próxima semana: 03/10 a 07/10

03/10/2022 (Segunda-feira):

  • Banco Central divulga o Relatório Focus.

  • Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT) divulga a Balança Comercial Semanal.

  • HSBC divulga o PMI Industrial do Brasil.

  • Markit divulga o PMI Industrial da Alemanha, Zona do Euro e Estados Unidos.

04/10/2022 (Terça-feira):

  • Fenabrave divulga as Vendas de Veículos.

  • CNI divulga os Indicadores Industriais.


05/10/2022 (Quarta-feira):

  • IBGE divulga a Produção Industrial Mensal (PIM).

  • HSBC divulga o PMI Composto e PMI Serviços do Brasil.

  • Markit divulga o PMI Composto e PMI Serviços da Alemanha, Zona do Euro e Estados Unidos.

06/10/2022 (Quinta-feira):

  • FGV divulga o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI).

07/10/2022 (Sexta-feira):

  • IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

  • Anfavea divulga a Produção Total de Veículos.

  • Bundesbank divulga a Produção Industrial da Alemanha.


Fonte: FIESP e CIESP

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